
Foto: picarelli
O blog? Só um registro da paisagem urbana. O que encontro nas ruas...
Lis Souza
Imagino que para o ex-sindicalista Lula que sempre se opôs a coroa, um costrangimento desfilar rumo ao Buckinghamem em carruagens douradas, com toda comitiva que acompanhou a Londres. Usando um elegante sobretudo preto, chegou ao Buckingham em uma carruagem real, acompanhado da rainha Elizabeth II, e de um tradutor. Logo atrás, na segunda carruagem, estavam dona Marisa, e o marido da rainha, o Duque de Edinburgh, com outro tradutor. Nas cinco carruagens seguintes, estavam os sete ministros que ficaram hospedados em alguns dos 600 aposentos do palácio real, além de seis integrantes do seu staff.
A programação da comitiva brasileira inclui ainda visita ao Parlamento, a um centro de nanotecnologia, a uma exposição sobre a Tropicália (movimento cultural brasileiro do final da década de 60) e a um projeto social que promove a recuperação de bairros pobres da capital inglesa, Londres.
O IBGE confirma: há no Brasil, hoje, cerca de 5,5 milhões de crianças e adolescentes trabalhando. Desse total, em torno de 1,2 milhão estão no trabalho doméstico, mas metade não possui vínculo empregatício. Ciente dessa situação, o Ministério Público do Trabalho (MPT), desde 1999, elegeu a erradicação do trabalho infantil como sua primeira meta institucional.
Somente no Distrito Federal, diz o IBGE, 515.846 meninos e meninas, com idade entre 5 e 17 anos, trabalham executando todos os tipos de serviços, com jornadas excessivas e pouca ou nenhuma remuneração. No trabalho infantil doméstico as estatísticas mostram que existem 4.333 crianças e adolescentes, nessa faixa de idade.
A realidade estatística mostra que a maioria das crianças e adolescentes que exercem atividades domésticas é formada por meninas, negras ou pardas, que começam a trabalhar entre 10 e 12 anos, em jornadas superiores a 8 horas diárias em troca de casa e comida ou de salários em torno de R$ 40,00. Entre essas meninas, 4% revelaram-se vítimas de maus tratos e abusos.